Em reunião com representantes de movimentos de gays,
lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis, a
presidente Dilma Rousseff
defendeu nesta sexta-feira, 28, que o Estado impeça a violência contra a
comunidade LGBT, mas evitou comentar o projeto de ‘cura gay’, que tramita na
Câmara dos Deputados, segundo relataram participantes da reunião. O dia 28 de junho, é comemorado por militantes como o Dia do Orgulho Gay.
O PSDB divulgou no último dia 26 nota oficial manifestando
publicamente “posição contrária” ao Projeto de Decreto Legislativo 234/2011,
mais conhecido como ‘cura gay’. O projeto, apresentado pelo deputado e pastor
evangélico João Campos, filiado ao PSDB de Goiás, tem sido um dos principais
alvos dos protestos de rua. Na Câmara, recebeu parecer favorável da Comissão de
Direitos Humanos, sob a liderança do deputado e também pastor Marco Feliciano
(PSC-SP).
“A presidente nos disse que o Estado tem o dever de defender
e impedir a violência contra a comunidade LGBT, e isso é muito importante vindo
da mais alta autoridade da República”, disse Toni Reis, secretário de Educação
da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais
(ABGLT).
“Dilma não falou diretamente (sobre o projeto da ‘cura
gay’), mas hoje queremos a rejeição do projeto, que deve ir à votação na semana
que vem, ou terça ou quarta-feira (na Câmara). Não se pode curar o que não é
doença. Já temos o apoio do PSDB, do PT e de vários partidos para que seja
enterrado esse projeto que, pra gente, é uma excrescência de cidadania”,
destacou Toni Reis. “A presidenta falou na laicidade do Estado, não dá pra
fazer propaganda de opções religiosas ou outras questões. Pedimos políticas
públicas (para a população LGBT).”
Para a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do
Rosário, a presidente Dilma se posicionou “muito claramente” contra toda forma
de violência e discriminação no Brasil. “Ela posicionou o seu governo contra
todas as formas de violência que qualquer brasileiro sofra, se solidarizou e
determinou que tenhamos iniciativas concretas para enfrentarmos qualquer
violência à comunidade LGBT”, disse.