Acostumados a fazerem piadas e até dançar e cantar para
tornar as aulas menos enfadonhas, os professores abusavam de homofobia em suas
“aulas-show”.
Os alunos – especialmente as meninas – se sentem incomodados
com as brincadeiras que incluem, além de homofobia, conteúdo racista, sexista e
de discriminação das classes mais baixas. Vários profissionais mudaram suas
atitudes após as direções dos colégios os alertarem.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, um professor do
Anglo, um dos cursinhos mais tradicionais e caros da capital paulista, diz que
é brincadeira dentre os meninos chamar os professores de “bicha” e “veado”. No
começo deste ano, ele passou de sala em sala para informar: “Se eu for
conivente, como sempre fui, estarei permitindo que vocês usem a palavra gay com
sentido pejorativo. E não tem. Não permito mais”.
E ele concluiu: “Entre 80 pessoas entenderem e 20 pessoas
acharem que você está incentivando alguma coisa, é melhor não fazer piada. O
incrível é que, dez anos atrás, você podia contar piada de preto, de português.
Ao mesmo tempo, era inimaginável ter dois meninos se beijando no cursinho como
temos agora”.
Jorge Ovaldo, gerente de marketing do Intergraus, outro
cursinho badalado, diz que as queixas, em geral, são fruto de má compreensão,
mas que “a instrução é não brincar”. Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do
Anglo, afirma que a recomendação é tratar os alunos com respeito. “As piadas
têm de ser adaptadas ao seu tempo”, diz à reportagem.
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