Em ‘Adeus, Minha Rainha’, relação entre Maria Antonieta, uma
duquesa e uma criada sobressai aos dramas
da Revolução Francesa. Evento de
cinema francês chega ao quarto ano com expectativa de atrair 100 000 pessoas em
40 cidades
Símbolo do luxo desregrado da monarquia francesa
pré-revolução, a rainha Maria Antonieta já foi retratada das mais diversas
maneiras no cinema, como no longa da diretora americana Sofia Coppola, Maria
Antonieta (2006), em que Kirsten Dunst tinha um par de All-Star entre os
sapatos e dava verdadeiras raves para os amigos no Palácio de Versalhes. Seja
como for o retrato, o que sobressai da maior parte de suas cinebiografias é a
imagem de rainha frívola e promíscua, que terminou na guilhotina em 1793,
durante a Revolução Francesa, porque fez por merecer. Em Adeus, Minha Rainha,
filme de Benoît Jacquot que é destaque do Festival Varilux de Cinema Francês, a
partir desta quarta-feira em São Paulo, a má fama da personagem é ofuscada pelo
olhar apaixonado de Agathe-Sidonie Laborde (Léa Seydoux), criada que tem a
função de ler para Maria Antonieta (Diane Kruger) e se apaixona por ela.
Devota até as últimas consequências, Agathe-Sidonie
ultrapassa a relação de vassalagem e desenvolve um amor platônico pela rainha,
cujo caso com a duquesa Gabrielle de Polignac (Virginie Ledoyen) já se comenta
nos bastidores do palácio. É pelo ponto de vista da criada e de outros
serviçais da corte que Adeus, Minha Rainha reconta a história da Queda da
Bastilha. Alheios aos problemas encarados pelo país fora dos muros e para além
da proteção da realeza, os empregados e também os membros da corte se veem aterrorizados
com o crescimento do movimento revolucionário e perdidos com o iminente fim da
monarquia, o que os leva a tomar decisões extremas, de furtar artigos do
Palácio para fugir com algum apoio financeiro, até tentar o suicídio.
Bem resolvidas em seus papéis, as atrizes Léa Seydoux e
Diane Kruger, que já atuaram juntas em Bastardos Inglórios (2009), de Quentin
Tarantino, demonstram à flor da pele as tensões do fato histórico, somado ao
medo que têm de perder um grande amor. A rainha teme pela duquesa de Polignac.
E Agathe-Sidonie quer em vão proteger Maria Antonieta, que ora flerta com a
criada ora nem a vê na mesma sala. A produção foi indicada em dez categorias ao
César Awards -- O Oscar do cinema francês -- e ganhou três: melhor fotografia,
melhor cenografia e melhor figurino.
Festival Varilux -- O evento é uma oportunidade para ver o
longa, que só entra em cartaz no circuito comercial brasileiro no segundo
semestre. O Festival Varilux de Cinema Francês, que ocorre entre 1º e 16 de
maio, passará por quarenta cidades e oitenta salas de cinema. O evento começa
em São Paulo nesta quarta-feira e depois será dividido em duas fases: de 3 a 10
de maio passará por uma parte das cidades selecionadas, e de 10 a 16, pelo
restante. Alguns dos locais que receberão o festival são Campinas, Santos, Rio
de Janeiro, Manaus, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Natal,
Belém, São Luís, Brasília e Goiânia. A lista completa de cidades, assim como a
programação, podem ser encontradas no site oficial do evento.
Fonte: Veja
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