"Por julgamento na data de terça-feira 29 de abril de 2014, o Tribunal de Grande Instância (TGI) de Versalhes acaba de ditar a primeira sentença na França que nega a adoção do filho do cônjuge numa família homoparental, tendo como motivo o fato de a criança 'ter sido concebida graças a um protocolo de procriação assistida medicamente na Bélgica'", escreveu, em comunicado, a presidente da Associação de Crianças do Arco-Íris, Nathalie Allain-Djerrah.
"Este julgamento demonstra, de forma flagrante e
violenta, a desigualdade que persiste entre os filhos de famílias homoparentais
e os filhos de famílias heteroparentais", ressalta a militante.
A associação Homossexualidade e Socialismo (HES) avalia que
a decisão "confirma o temor das associações homoparentais de que a lei que
abre o casamento e a adoção aos casais do mesmo sexo submetam as famílias
homoparentais à decisão arbitrária de juízes e, neste caso, a seus argumentos
estapafúrdios".
Segundo a advogada Caroline Mecary, especialista nestas
questões, "dois casais de mulheres" pediram ao TGI de Versalhes que
suas respectivas esposas possam reconhecer seus filhos concebidos por meio de
procriação assistida no exterior, "algo que é tecnicamente possível desde
a lei sobre o "casamento para todos" de maio de 2013.
"Nestes casos, o tribunal se negou a pronunciar a
adoção e considerou que estas mulheres viajaram ao exterior para se
beneficiarem da procriação assistida, procedimento não oferecido aos casais de
mulheres francesas. Estas viagens, aos olhos do tribunal, supõem uma 'fraude à
lei'", explicou Mecary.
A advogada defende um dos casais em questão e anunciou
sua intenção de recorrer da sentença. "Tenho diversas decisões favoráveis
em situações absolutamente similares", garantiu.
Fonte: Terra
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