
Obama, em seu discurso, disse: “Os norte-americanos condenam
a perseguição a mulheres, minorias religiosas, ou pessoas que são lésbicas,
gays, bissexuais ou transgêneras”. E foi aplaudido pelos congressistas.
O primeiro recado desta frase é interno e é dirigido à
Suprema Corte que neste exato momento está discutindo a legalização do
casamento entre pessoas do mesmo sexo para todo o território americano. Nisto,
Obama foi explícito e a citou também em seu discurso do State of the Union: “é
a história da liberdade ao redor do nosso país”. O presidente defende
abertamente o casamento igualitário.
O segundo recado é externo e está dentro e em oposição
também de muitas de suas condenações. Ao defender a liberdade dos gays, Obama
se coloca em confronto contra a Rússia, que tem leis anti-homossexuais. É uma
indireta, já que o presidente norte-americano condenou em seu discurso a
política externa russa, no caso específico, contra a Ucrânia, e deixa claro que
acha o país de Putin é “isolado” e com a “economia em ruínas”.
E mesmo quando defende os LGBTs, as mulheres e as minorias
religiosas, ele está falando contra os fundamentalistas religiosos, que no caso
muçulmano (mas não só) são o estopim do terrorismo no mundo, outro ponto
importante de seu discurso no Congresso americano. São em países que as
mulheres, as minorias religiosas e sexual são desrespeitadas por crenças
religiosas lidas de forma radical que a intolerância tende a crescer.
Enfim, Obama coloca os LGBTs (e não só ele, a União Européia
também trilha no mesmo caminho) como valores ocidentais e civilizatórios em
contraposição ao terrorismo, e ao que não é do Ocidente, isto é : a barbárie. É
engraçado pensar que há menos de 50 anos, este mesmo Ocidente levava
homossexuais para campos de concentração e prisão, ou, no melhor dos casos, a
hospitais psiquiátricos.
Fonte: BloGay
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