Diego Neria Lejárraga, que nasceu com o sexo feminino, antes de passar pela transformação, e sua noiva, teriam conversado com o pontífice em sua residência oficial.
Na entrevista ao “Hoy”, Neria disse que enviou a Francisco
uma carta explicando que alguns de seus colegas da igreja que frequenta, na
cidade espanhola de Plasencia, passaram a rejeitá-lo depois que ele passou pela
cirurgia de mudança de sexo. Ele contou que um dos padres da paróquia o chamou
de “filha do diabo”. Comovido com o relato do fiel, Francisco teria chamado
Neria para o encontro, na véspera de Natal, e a audiência teria ocorrido,
então, um mês depois.
“Depois de ouvi-lo em muitas ocasiões, eu senti que ele
poderia me ouvir”, disse Neria em uma reportagem publicada no último domingo.
A notícia do encontro foi recebida por ativistas LGBT com
comemoração. José María Núñez Blanco, presidente da Fundación Triángulo, um
grupo espanhol de advogados, criticou, em um comunicado, no domingo, as
posições do Vaticano sobre questões LGBT, mas descreveu o encontro de Francisco
com Neria como “uma boa notícia”.
“É absolutamente absurdo que um fiel seja impedido de viver
suas crenças religiosas. Alguns proclamam a religião do amor e se dedicam a
espalhar o ódio. Esperemos que a Igreja Católica deixe de ser uma máquina de
ódio e sofrimento e se volte para o bem dos crentes e não-crentes”, disse
Núñez.Já Marianne Duddy-Burke, diretora-executiva da Dignidade EUA, uma ONG de apoio aos direitos dos LGBT católicos, classificou o encontro de Francisco com Neria como “um evento muito significativo”.
Fonte: O Globo
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