Uma das medidas é a criação de uma comissão interministerial
para monitorar o número de ocorrências e acompanhar inquéritos e ações
judiciais em casos de homofobia.
A portaria também prevê mudanças em um sistema de
notificação de casos de violência já adotado no SUS (Sistema Único de Saúde).
A partir de agora, médicos e profissionais que atenderem
vítimas de agressões devem informar dados da orientação sexual e identidade de
gênero do paciente -até então, os documentos para registro traziam apenas os
dados gerais da vítima, mantidos sob sigilo, gênero e tipo de ocorrência, por
exemplo.
Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a medida deve
auxiliar a contabilizar os casos de agressões contra a população LGBT e a
planejar políticas públicas.
"A violência já era de notificação obrigatória no SUS
[desde 2005]. Entretanto, não tínhamos nada que captasse o registro dessa
informação em relação à orientação sexual e identidade de gênero. São
informações decisivas", afirma Chioro.
"Isto vai nos permitir acompanhar desde a notificação,
a abertura do inquérito e a ação judicial para que a punição aconteça",
afirmou a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti.A criação da comissão ocorre cerca de duas semanas após um projeto de lei que criminaliza a homofobia ser arquivado no Senado.
"Enquanto o Congresso não aprova, temos que tomar as
providências", afirmou a ministra, que defende que a homofobia seja
enquadrada como crime de racismo enquanto não houver uma lei específica sobre o
tema.
Entre 2011 e 2014, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos
recebeu 7.694 denúncias de violência contra a população LGBT. Destas, cerca de
20% foram de ocorrências contra travestis e transexuais. Entre os tipos de
violações, a discriminação e a violência psicológica estão entre as mais
frequentes em 2014, com 85% e 77% dos casos denunciados.
Fonte: O Tempo
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