segunda-feira, 27 de maio de 2013

Ucrânia realiza sua primeira parada gay sob forte esquema de segurança

Centenas de defensores dos direitos dos homossexuais participaram de um ato no último sábado sob um
forte esquema de segurança em Kiev, capital da Ucrânia, durante a primeira parada gay organizada na ex-república soviética.
"Este pode ser considerado um dia histórico", comemorou Elena Semionova, porta-voz dos organizadores.
"Somos cidadãos e queremos nossos direitos respeitados", declarou à AFP.
O desfile, organizado numa rua bem distante do centro da cidade de Kiev, sob a proteção de centenas de policiais, durou apenas 20 minutos, de acordo com um correspondente da AFP.
Os ativistas, incluindo gays e lésbicas de Alemanha, Dinamarca, Suécia, Noruega e Holanda, agitavam bandeiras com as cores do arco-íris.
A delegação alemã presidida pelo vice-prefeito de Munique, Josef "Hep" Monatzeder, desfilou sob o lema: "Munique saúda a sua cidade-irmã Kiev".
O anúncio da parada provocou uma onda de críticas na sociedade ucraniana e uma forte oposição da Igreja Ortodoxa do país, que tem entre um e dois milhões de homossexuais em uma população de cerca de 45 milhões, de acordo os organizadores.
As autoridades locais anunciaram que receberam mais de 500 reclamações de cidadãos ucranianos denunciando a ideia de uma parada do orgulho gay em Kiev, enquanto sessenta membros do Parlamento ucraniano assinaram uma petição pedindo a proibição de todos os desfiles de homossexuais na Ucrânia em maio e junho.
A justiça ucraniana proibiu na quinta-feira os ativistas dos direitos dos homossexuais de liderarem uma parada do orgulho gay no centro de Kiev, oficialmente por causa das celebrações dedicadas ao Dia da Cidade.
Assim, os ativistas decidiram se reunir em um local distante do centro, que foi comunicado aos participantes e jornalistas apenas na manhã do próprio sábado, por razões de segurança.
Os organizadores recomendaram que os participantes não usassem sinais específicos ou roupas chamativas, optando por roupas confortáveis e sapatos baixos para que pudessem correr em caso de ataque contra a parada.
E de fato, cerca de 500 ativistas anti-gays tentaram parar a marcha, gritando "gays, vão embora na Ucrânia", mas foram afastados pelos policiais. 
Dois militantes religiosos que passaram pelos cordões de isolamento foram detidos.

No total, doze pessoas que protestavam contra o desfile foram detidas pela polícia.

Fonte: Folha

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