segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Thriller brasileiro Gata Velha Ainda Mia tem uma Regina Duarte enlouquecida e hipnótica

 
Depois de muitas Helenas e mulheres mais calmas e equilibradas, Regina Duarte já vinha ensaiando dar uma pesada em seus personagens com a teatral e dramática Clô Hayalla (“O Astro”, 2011). Pelas mãos do diretor Rafael Primot e com Bárbara Paz como companheira de cena, ela mete o pé na mulher apaixonada de Manoel Carlos para encarnar Glória Polk, o centro da inquietante loucura do drama/thriller "Gata Velha Ainda Mia" (2014).
Regina aparece de cara quase lavada, cabelo meticulosamente desfeito, fumando muito, falando mais ainda e enlouquecendo enquanto instiga quem assiste ao encontro entre ela e Carol (Bárbara), uma jornalista que tem muito mais a ver com a escritora do que você percebe até o meio do filme.
Rafael (que já viveu na Globo a trans Stefany no seriado “Tapas & Beijos”) costura com a dupla de atrizes uma tensão grande, um carrossel de emoções humanas.É como se elas sentissem tudo uma pela outra o tempo todo, sem divisões, tudo muito confuso, misturado e nervoso, neurótico, hipnótico. Entre o ódio e o amor, com uma pitada de tensão sexual lésbica explícita e muito sensual, de bom gosto. Mas tudo é tão instável porque humano e uma reviravolta na trama ao som de “Devil in Me”, de Thiago Pethit, mostra que você ainda não viu nada e que o ritmo tenso continua. Imperdível.
O longa foi exibido como hors-concours na Première Brasil no Festival do Rio e tem uma linguagem menos comercial, com toque de humor negro e o mesmo clima de discussão bem tensa do tipo “Quem tem medo de Virginia Woolf?” (1966). Por isso talvez não tenha rodado tanto os cinemas brasileiros, mas já está disponível no Now da Net e em DVD. Vale a pena.
 
 
Fonte: Mix Brasil

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