quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

'Celebraria outro', diz bispo católico após suspensão por fazer casamento gay


“Eu não sabia que não poderia abençoar uma união homoafetiva. Abençoei os noivos na semana passada e celebraria outro casamento gay sem nenhum problema”, diz o bispo católico, Dom Fernando Pugliesi, que realizou o primeiro casamento homoafetivo de Alagoas. Após conceder a bênção, na última sexta-feira (23), o bispo foi suspenso da ordem, segundo comunicado no site oficial da instituição, que é dissidente da Igreja Católia Apostólica Romana.
De acordo com o bispo, ele estava um pouco afastado da ordem por problemas de saúde e foi procurado pelo casal para realizar a cerimônia. “Eles me procuraram e ouvi a história deles. São pessoas humildes e eu senti a necessidade de abençoá-los. Se eu tiver bem de saúde e outro casal me procurar, eu celebro sim a união”, afirma.

Sobre a suspensão da ordem, Dom Fernando diz que presta serviços à Igreja Católica Apostólica Brasileira há mais de 40 anos e acredita que não deveria ser suspenso. "Acho uma loucura me punirem porque abençoei a união deles. Até agora não recebi nenhuma notificação da Igreja sobre o caso, quando chegar decido o que vou fazer. Tenho 82 anos e muito tempo de serviço prestado. Estou muito tranquilo sobre esse assunto", reforça.
Com a suspensão, Pugliese não poderá realizar nenhum sacramento em nome da Igreja Católica Brasileira, como rezar missas e realizar cerimônias. De acordo com o Bispo Diocesano Dom Walbert Rommel Coêlho Galvão Barros, ele deve apresentar defesa para o Superior Tribunal Eclesiástico da Igreja em até 30 dias. Ainda segundo ele, caso Pugliese não apresente a defesa, corre o risco de ser excomungado.

Otávio Oliveira, que teve o casamento realizado por Dom Fernando na semana passada, disse à reportagem do G1 que como o bispo não foi comunicado formalmente da suspensão, não quer se manifestar sobre o assunto.
Em nota, a Igreja informou que "não é contrária às conquistas na sociedade pela igualdade e isonomia entre as pessoas", porém considera o comportamento sexual humano sacramental por natureza, podendo somente ser celebrado religiosamente casamento entre homem e mulher.

A Igreja ainda informou que Pugliese não teve liberação da instituição, nem dos demais bispos conciliares, sendo a aprovação da cerimônia totalmente desconhecida pelo Conselho Episcopal e por todo o Concílio dos Bispos.
"Tal atitude é um ato espontâneo, irreverente e rebelde do bispo, que segundo suas opiniões pessoais faz uso irresponsável do dom que lhe foi concedido, de forma abrupta o distribui, de forma autoritária e rebelde", diz a nota.

 Fonte: G1

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