Um dos destaques de Em Família foi a ‘não polêmica’ envolvendo o casal Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller). Houve um ruído aqui e outro ali. Porém nenhum protesto mais inflamado.
Na ressaca da quebra do tabu do primeiro beijo na boca entre
homens, com Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) em Amor à Vida, as
lésbicas do folhetim que termina hoje encontraram resistência mínima do
público.
É verdade que as reações positivas também não foram
estridentes como se esperava. O flerte, o namoro e o casamento das personagens
aconteceram de maneira natural. Não foi uma revolução.
Há quem acredite que essa postura calma dos telespectadores
é um sinal da diminuição do preconceito. Outros afirmam que, por se tratar de
atrizes lindas e carismáticas, interpretando personagens românticas e
discretas, os telespectadores não tiveram motivo para se chocar. Ficou tudo
excessivamente cor-de-rosa.
E lembrar que, em 1998, a realidade era bem diferente. O
autor Silvio Abreu se viu obrigado a matar o casal Rafaela (Christiane Torloni)
e Leila (Silvia Pfeiffer) na explosão do shopping, na novela Torre de Babel. O
público não aprovou a relação das personagens.
Ambas seguiam a linha ‘lesbian chic’: bonitas, elegantes,
femininas. O auge da rejeição aconteceu quando Rafaela e Leila apareceram numa
banheira. Nada explícito. Contudo a sensualidade (e sexualidade) nas
entrelinhas despertou a fúria dos noveleiros conservadores.
Fonte: Terra
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