Mas é claro que não é de hoje que meninas lindas que se amam povoam as telenovelas brasileiras. Isso rola pelo menos desde 1988, com o casal Laís e Cecília em “Vale Tudo”, de Gilberto Braga. O Mix percorreu a história das novelas e destaca agora seis casais que mexeram com o telespectador com seu amor entre iguais:
Laís (Cristina Prochaska) e Cecília (Lala Deheinzelin) em “Vale Tudo” (1988): o Brasil ainda se estabilizava democraticamente quando Gilberto Braga levou ao ar um casal comum de lésbicas, com as duas vivendo um cotidiano normal a qualquer outro casal de qualquer outra orientação sexual – com direito a cenas de intimidade onde uma colocava na boca da outra o cigarro a ser fumado (outros tempos de politicamente correto). Cecília morre em um acidente de carro e abre a discussão sobre o direito de Laís herdar sua parte na pousada das duas em Búzios. Laís se recupera da perda da companheira e cai nos braços de um novo amor, Marília, vivida por Bia Seidl.
Christiane Torloni (Rafaela) e Sílvia Pfeifer (Leila) em “Torre de Babel” (1998): exatos 10 anos depois, o Brasil mostrava que estava menos aberto à diversidade sexual e o lindo romance entre as belíssimas atrizes, que tinha cenas bem íntimas em banhos de banheira à luz de velas, teve que ser cortado da trama de Silvio de Abreu. O público não gostou de ver as duas juntas e elas acabaram morrendo na explosão do shopping que era o centro da história.
Aline Moraes (Clara) e Paula Picarelli (Rafaela) em “Mulheres Apaixonadas” (2003): elas foram responsáveis por protagonizar o primeiro beijo entre duas mulheres na história das novelas brasileiras, mas há quem não considere o beijo porque Rafaela estava vestida de Romeu e Clara de Julieta. Logo, seria um beijo hétero, o que a gente não acredita. Mesmo com a reprovação da mãe de Clara, o romance deu certo e as duas terminaram a novela de Manoel Carlos juntinhas.
Mylla Christie (Eleonora) e Bárbara Borges (Jennifer) em “Senhora do Destino” (2004): com direito a um discreto beijinho de canto de boca, as duas protagonizaram uma história de amor escrita por Aguinaldo Silva com direito a cenas cotidianas na cama e um relação aceita pela família depois de algum tempo, com direito a planos de adotar uma criança juntas, assunto muitíssimo pouco falado na época, há 10 anos.
Lília Cabral (Catarina) e Paula Burlamaqui (Stela) em “A Favorita” (2008): João Emanuel Carneiro ousou ao contar a história de um amor surgido entre a misteriosa Stela, que mexia com a cabeça dos homens da cidade de Triunfo, e a mulher casada, passiva e mão amorosa Catarina. Stela foi chegando devagarzinho, ganhando campo, e conquistou o coração de Catarina, desiludida com o marido e ávida por ser feliz.
Giselle Tigre (Marcela) e Luciana Vendramini (Marina) em “Amor e Revolução” (2011): enquanto a Rede Globo engatinhava para mostrar o que era considerado por muitos seu primeiro beijo entre duas pessoas do mesmo sexo (que já tinha rolado em “Mulheres Apaixonadas”), o SBT com a trama de Tiago Santiago meteu o pé na porta e não somente exibiu o beijo, levou ao ar uma cena de pouco mais de um minuto com as duas lindas atrizes mandando ver e se entregando à paixão. Mais assumida, a advogada Marina foi com tudo pra cima da jornalista Marcela e, depois de muito tentar, tascou um beijo de tirar o fôlego – e o sossego dos mais conservadores.
Fonte: Mix Brasil
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