A cantora Ellen Oléria, vencedora do programa 'The voice
Brasil', da Rede Globo, mesmo cercada em casa por músicos, demorou para
considerar o ofício como uma profissão. O pai era sanfoneiro, os irmãos
instrumentistas e ela, desde os 17 anos, líder da banda N Razões, na periferia
de Brasília, sua terra natal. Como alguns espaços começaram a exigir a carteira
da Ordem dos Músicos para ela continuar se apresentando, resolveu tirar o
documento. Daí para a frente investiu em carreira independente, lançou
três discos com tiragens tímidas e um DVD, até que se tornou conhecida
nacionalmente depois da participação no programa de televisão. O disco 'Ellen
Oléria', que chega agora a todo país, distribuído pela Universal, é um resumo
desta trajetória.
O CD atual é retrato da diversidade de onde veio. Começa com
a regravação de 'Anunciação', de Alceu Valença; segue por 'Não lugar',
composição dela que propõe uma síntese da sensação de não pertencimento a local
algum; e continua com parcerias, como 'Maria Maria' e 'Aqui é o país do
futebol', ambas de Milton Nascimento e Fernando Brant, interpretadas com
participação especial de Carlinhos Brown. Ainda no segmento de
releituras, ela se apropria de 'Nuvem passageira', de Hermes Aquino, e de
'Zumbi' e 'Taj Mahal', as duas de Jorge Benjor. O disco fica mais interessante
quando revela o lado autoral, caso da ótima 'Testando', em que parece colocar
para fora a situação vivida por ser negra e perceber no dia a dia o preconceito
velado. “Andando na rua, de noite, muita gente branca já fugiu de mim, a minha
ameaça não carrega bala, mas incomoda meu vizinho/ O imaginário dessa gente
dita brasileira é torto/ Grita pela minha pele qual será o meu fim/ Eu não compactuo
com esse jogo sujo/ Grito mais alto ainda e denuncio esse mundo imundo.”
O momento atual é de celebração para Ellen Oléria. Aos 30 anos, depois de insistir tanto por espaço no competitivo mercado das intérpretes, a hora parece ter chegado. “Sonhei, invoquei, convoquei, desejei, mas não sabemos o dia em que a chance chegará, ou se chegará. Desejei demais chegar a um número maior de pessoas com meu trabalho. Não tem nada a ver com a fama propriamente dita e, por isso, entrei na disputa do 'The voice'.” Deu certo. Ela não se incomoda de, mesmo com tanta estrada profissional, parecer aos olhos dos outros que começou depois do programa de televisão. Pelo contrário. “Estou tendo uma oportunidade a que tantos aspiram o tempo todo. Minha meta é realizar um projeto artístico sustentável.” Hoje, Ellen mantém estrutura de 18 pessoas nos bastidores vivendo direta e indiretamente do seu canto. “Sempre acreditamos no potencial de movimentação da economia da música”, conta ela, deixando escapar o lado produtora, que, durante anos, exerceu sem ajuda de ninguém.
O momento atual é de celebração para Ellen Oléria. Aos 30 anos, depois de insistir tanto por espaço no competitivo mercado das intérpretes, a hora parece ter chegado. “Sonhei, invoquei, convoquei, desejei, mas não sabemos o dia em que a chance chegará, ou se chegará. Desejei demais chegar a um número maior de pessoas com meu trabalho. Não tem nada a ver com a fama propriamente dita e, por isso, entrei na disputa do 'The voice'.” Deu certo. Ela não se incomoda de, mesmo com tanta estrada profissional, parecer aos olhos dos outros que começou depois do programa de televisão. Pelo contrário. “Estou tendo uma oportunidade a que tantos aspiram o tempo todo. Minha meta é realizar um projeto artístico sustentável.” Hoje, Ellen mantém estrutura de 18 pessoas nos bastidores vivendo direta e indiretamente do seu canto. “Sempre acreditamos no potencial de movimentação da economia da música”, conta ela, deixando escapar o lado produtora, que, durante anos, exerceu sem ajuda de ninguém.
Fonte: Divirta-se.uai
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