O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Direitos Humanos (ACNUDH) lançou esta
sexta-feira (26) a campanha Livres e
Iguais de educação pública global para promover a igualdade de lésbicas, gays,
bissexuais e transexuais (LGBT).
Numa conferência de imprensa realizada na Cidade do Cabo,
África do Sul, a Alta Comissária para os Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay,
acompanhada pelo arcebispo emérito Desmond Tutu e pelo Juiz Edwin Cameron do
Tribunal Constitucional Sul-Africano anunciou o projeto que terá um ano de
duração. A versão brasileira da campanha será lançada em outubro próximo.
“A Declaração Universal dos Direitos Humanos promete um
mundo no qual todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos – sem
exceções, sem que ninguém seja deixado para trás”, disse a Alta Comissária
Pillay. “No entanto, ainda é uma promessa vazia para muitos milhões de pessoas
LGBT forçadas a enfrentar o ódio, a intolerância, a violência e a discriminação
em uma base diária.”
“A mudança de atitudes nunca é fácil. Mas já aconteceu em
relação a outras questões e está acontecendo já em muitas partes do mundo em
relação a esta mesma questão. Ela começa com conversas muitas vezes difíceis”,
disse Pillay. “E é isso que nós queremos fazer com esta campanha. “Livres e
Iguais” vai inspirar milhões de conversas entre as pessoas em todo o mundo e em
todo o espectro ideológico.”
A campanha tem como objetivo aumentar a conscientização
sobre a violência e discriminação homofóbica e transfóbica, e incentivar um
maior respeito pelos direitos das pessoas LGBT. Ao longo do próximo ano, será
lançada uma série de conteúdos criativos na mesma linha conceitual de O Enigma,
um vídeo divulgado pelo ACNUDH para o Dia Internacional Contra a Homofobia e
Transfobia, e A história de uma mãe do Brasil, que é o primeiro de uma série de
filmes com entrevistas aos familiares das pessoas LGBT em todo o mundo.
A campanha surge na sequência de um relatório ACNUDH
publicado em dezembro de 2011, que foi o
primeiro relatório oficial da ONU
sobre a violência e discriminação contra pessoas LGBT. O relatório documentou
abusos generalizados dos direitos humanos. Hoje, mais de 76 países ainda
criminalizam relações homossexuais consensuais, enquanto em muitos outros a
discriminação contra pessoas LGBT é generalizada – inclusive no local de
trabalho, bem como nos setores da educação e saúde. A violência e a
manifestação de ódio contra pessoas LGBT, incluindo agressão física, violência
sexual e assassinato seletivo, foram registadas em todas as regiões do mundo. A
campanha vai se focar na necessidade de reformas legais e educação pública para
combater a homofobia e transfobia.
Várias celebridades empenhadas em promover a igualdade deram
o seu apoio a “Livres e Iguais”, tornando-se campeões da igualdade da ONU e
ajudando a espalhar mensagens e materiais de campanha através das redes
sociais. Entre esses incluem-se o artista pop Ricky Martin, a cantora Sul
Africana Yvonne Chaka Chaka, a atriz de Bollywood Celina Jaitly e a cantora
brasileira Daniela Mercury. Outros campeões da igualdade serão anunciados à
medida que a campanha se desenrola.
Fonte: Onu
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