A recente concessão do direito à união homoafetiva no Brasil
garantiu o respeito à individualidade de
milhares de pessoas no país que, por
intolerâncias legais, proibiam que casais que compartilham uma vida afetiva
compartilhassem direitos de herança, divisão de bens etc. Neste contexto, se as
polícias militares são instituições de proteção e garantia aos direitos, poucos
momentos são tão simbólicos quanto o ato da policial militar da PM do Mato
Grosso do Sul que participou de sua cerimônia de casamento homoafetivo fardada,
afirmando-se, orgulhosa de sua condição sexual e da organização policial a que
serve:
Em Campo Grande, capital do estado de Mato Grosso do Sul, a
Escola Superior da Defensoria Pública recebeu no último domingo, 8 de julho,o
casamento civil coletivo de 11 casais de mulheres – dentre eles um chamou mais
a atenção de todos: o de uma soldado da Polícia Militar que obteve autorização
para se casar fardada (veja na foto de Cleber Gellio).
Segundo o site local Campo Grande News, é a primeira união
homoafetiva em grupo no Estado, que como se já não fosse um momento histórico o
bastante ainda teve a soldado Silvana Gomes dizendo sim à Veronice Lopes da
Silva. A história das duas começa no trabalho, quando se conheceram e tinham
outros relacionamentos, há sete anos.
Desde então, não se separaram mais. O filho, Jeferson Lopes
Moraes, de 19 anos, entrou com a mãe Veronice para oficializar a união. “Eu
aprendi com elas a ter mais paciência com as mulheres. Entendo mais e falo
sobre tudo com elas, fui criado por elas e nunca pensei em ser gay por conta
disso, como dizem”, diz ele.
A defensora pública e coordenadora do evento, Dra Neyla
Ferreira Mendes, explica que em Mato Grosso do Sul é possível celebrar o
casamento homoafetivo desde o dia 2 de abril deste ano. “Já existia uma
movimentação social no Estado. Agora, o casamento é um direito e os casais
podem optar por ele. A mulher gosta de dar satisfação para a família e um
evento como este diminui o preconceito”, explica.
Ela diz que a defensoria pensa em unir casais homens também
em uma celebração futura, bastando ter candidatos ao casamento.
Que sirva de exemplo a outras corporações e policiais
homossexuais.
PS: Não sei se algum extraterrestre vai achar o fato
absurdo. Só é bom lembrar que homens e mulheres policiais militares
heterossexuais casam fardados também.
Fonte: Abordagem Policial
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