quinta-feira, 4 de julho de 2013

Gloria Pires conduz a cena de sexo, em filme com temática lés


A atriz Gloria Pires sinaliza pedindo um minuto, enquanto termina de falar ao celular. “Também acho que
estaria muito bem representado”, responde ela, enquanto agradece os elogios à sua atuação e encerra a ligação.
Do outro lado da linha, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, ligava para dizer que o filme “Flores Raras” tinha tudo para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar, em 2014.
Gloria concordou.
A ministra assistiu ao filme durante um festival de cinema brasileiro, em Lisboa. Baseado no livro “Flores Raras e Banalíssimas“, de Carmen Lucia de Oliveira, o longa estreia em 16 de agosto e promete surpreender o público acostumado a ver Gloria Pires na TV.
No papel de uma mulher de personalidade forte, ela seduz Elizabeth Bishop, interpretada pela atriz australiana Miranda Otto. A química parecia estar presente. Gloria conduz a cena de sexo, beijando e segurando com intensidade sua parceira.
“Gostei muito do resultado da cena”, conta a atriz, aos risos. “Quando você vive uma personagem, o seu querer precisa ser o dela. Precisa ver seu parceiro de cena com os olhos de amor, de paixão, de atração, necessários ao momento daquela história.”
A única dificuldade, diz ela, foi o frio. “Naquela noite fez seis graus [na região serrana do Rio]. Era esse o desconforto. Mas acho que não transpareceu, porque existia um frêmito na cena por conta dessa excitação delas, desse encontro.”
Elizabeth Bishop desembarcou no Rio, em 1951. Seu romance com Lota retrata um pouco do passado carioca. No período em que estavam juntas, a arquiteta conduziu a construção do parque do Flamengo, no local onde até então só havia um aterro.
Para construir a personagem, além de se basear no livro, Gloria pesquisou outros documentos da época. Chegou a sugerir a inclusão de uma cena em que Lota convence o então governador Carlos Lacerda a priorizar a construção do parque. “Pedi ao Bruno para incluir o diálogo para mostrar a intimidade entre os dois. Costumo brincar que eles faziam roupas no mesmo alfaiate”, diz.
Outro projeto recente da atriz é o filme sobre a trajetória da médica alagoana Nise da Silveira, consagrada por transformar o tratamento da esquizofrenia no Brasil. “Ela leu tudo sobre a personagem. Construiu um retrato muito fiel. Muitas vezes, contestava: ‘A Nise não diria isso’”, diz Roberto Berliner, o diretor do filme (com lançamento previsto para o ano que vem).
Gloria deu entrevista à Serafina em um restaurante perto de sua casa, no bairro do Itanhangá, zona oeste do Rio. Mora com o marido Orlando Morais e os filhos Antonia, Ana e Bento. Cleo
Pires, a mais velha, vive sozinha.
Discreta, manteve o mesmo tom de voz, suave, ao longo de toda a conversa. “Você é muito delicada para ser a Lota”, Gloria chegou a ouvir no encontro com uma ex-vizinha da arquiteta carioca.

“Ela podia ser uma mulher que falava alto, que usava roupas masculinas. Mas, ao mesmo tempo, sempre foi muito amorosa com todos ao seu redor”, diz a atriz.

Fonte: EXTRA

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