Celina Aparecida Dias
(esq.) e Vera Lúcia Batista Alvarez
estão casadas desde 4 de maio - Por Acervo
pessoal/Cortesia
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Os quatro cartórios de registro civil de Sorocaba celebraram
22 casamentos homoafetivos nos últimos três
meses na cidade, número que
corresponde a um matrimônio gay a cada quatro dias no município. Todas essas
cerimônias foram feitas após 1º de março, data do início da norma que
regulamenta a união civil entre pessoas do mesmo sexo no Estado de São
Paulo.
Segundo o ranking da Associação dos Registradores de Pessoas
Naturais de São Paulo (Arpen-SP), Sorocaba é a segunda colocada no interior do
Estado na relação entre casamentos homoafetivos por habitante, entre março e
maio. A cidade possui a média de uma união gay para cada 27.272 pessoas e está
atrás somente de São José do Rio Preto, com um matrimônio para cada 11.034
moradores. Em terceiro aparece Campinas, com média de uma cerimônia para cada
grupo de 27.934 pessoas.
O 2º Cartório de Registro Civil de Sorocaba, na Vila
Carvalho, foi o que mais celebrou casamentos homoafetivos desde o início da
norma estadual. São 14 uniões - oito entre mulheres e seis entre homens.
Segundo o oficial de registro Gerson Maia da Silva, havia demanda antes mesmo
da regulamentação. "A procura já existia, mas os processos precisavam ser
submetidos ao juiz corregedor do cartório", comenta.
Quem aproveitou a nova regulamentação foi a supervisora de
logística Celina Aparecida Dias, 57 anos, e a assistente social aposentada Vera
Lúcia Batista Alvarez, 63. Ambas se casaram em 4 de maio do 2º Cartório de
Registro Civil de Sorocaba e oficializaram uma união que dura um ano e três meses.
"Nós não queríamos fazer um contrato, pois não é a mesma coisa que um
casamento", relata Celina. Mesmo com o casamento civil, ambas preferiram
manter os mesmos sobrenomes de solteiras. "Pois já temos uma idade
avançada e não quisemos mudar para evitar dores de cabeça na alteração de mais
documentos", completa.
O casal vive junto em Sorocaba e está prestes a se mudar
para Angra dos Reis, onde mora Vera Lúcia. De acordo com Celina, o fato de ter
se casado com uma pessoa do seu mesmo sexo não a fez sofrer preconceito.
"Eu nunca sofri muito com isso. Sempre tive a confiança das pessoas e
tanto a minha vida quanto a dela sempre seguiu um ritmo normal. Isso levou as
pessoas a nos respeitaram."
O único cartório que ainda não celebrou casamento civil
homoafetivo em Sorocaba foi o de Brigadeiro Tobias. Porém, o escrevente Fernando
Jesus Ascencio Ramos disse que a procura é grande. "As pessoas têm
telefonado para saber de mais informações."
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
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