Na data em que é comorado o Dia Internacional
do Orgulho Gay e Lésbico, nesta sexta-feira (28), o
movimento regional “Para
Cuidar da Profissão” conclamou entidades para a luta contra o Ato Médico e
projeto de “Cura Gay”. O movimento foi organizado no passeio da Avenida Frei
Serafim, em frente ao Supermercado Hiper Bom Preço, e contou com a participação
de profissionais da saúde e entidades que lutam em favor da garantia dos
direitos LGBT’s.
A psicóloga Palônia Andrade, coordenadora regional do
movimento “Para Cuidar da Profissão”, afirma que se instaurada a regulamentação
do Ato Médico, delimitado pelo Projeto de Lei 268/02, desagradaria várias
categorias profissionais. “É impossível querer centralizar tudo na figura de um
único profissional, tudo ser de responsabilidade do médico. Nós, profissionais
da saúde, trabalhamos para proporcionar um atendimento intermultidisciplinar,
são 14 setores envolvidos nessa luta”, relata.
O psicólogo Eduardo Moita, explica sobre o posicionamento do
Conselho Regional de Psicologia a respeito do projeto de lei que ficou
conhecido como “cura gay”. “É um retrocesso gigantesco querer aprovar uma lei
que enxergue o homossexual como um doente. Nós não somos impedindo de atender
homossexuais, transexuais, gays, lésbicas ou qualquer tipo de cidadão, só não
podemos fomentar o preconceito e a discriminação apoiando uma proposta como
essa”, esclarece.
Com cartazes e a bandeira das cores símbolos do movimento
LGBT, os manifestantes ocupavam o passeio da Avenida Frei Serafim. Para João
Leite, coordenador do coletivo de Gays Mirindiba e Pastor da Igreja Comunidade
Metropolitana, única igreja gay de Teresina, os dados alarmantes sobre a
violência sofrida pelos homossexuais são a maior prova que o cenário do país
deve mudar.
“O Brasil é o país que mais mata homossexuais por crimes de
ódio. Somos contrários a qualquer tipo de incentivo a mais violência e morte,
como é o caso do projeto de “cura gay”. A gente já não aguenta mais tanto
sofrimento”, confessa João.
O Grupo Piauiense de Transexuais e Travestis também estava
presente na manifestação. O grupo reivindicou aprovação da PLC 122, que tem por
objetivo criminalizar a homofobia, além de posicionamento contrário à
permanência do deputado pastor Marcos Feliciano (PSC), na permanência da
presidência da Comissão de Direitos Humanos.
Marinalva Santana, diretora do grupo Matizes, relata que o
momento, apesar de contemplar o Dia Internacional do Orgulho Gay e Lésbico, não
é levado como comemoração. “Pela conjuntura atual do nosso país, a celebração
deste dia dá lugar as manifestações e a luta pela garantia dos direitos LGBT’s,
como o posicionamento contrário ao projeto de lei conhecido como “cura gay”, ao
Ato Médico e a necessidade da aprovação da PEC do casamento gay proposta pelo
deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ)”, finaliza a militante.
Fonte: Capital Teresina
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