A Escola Estadual de Ensino Médio Nazaré Guerra, localizada
no município de Itatira, distante 216 km de
Fortaleza, inova no combate ao
preconceito. A instituição implementou um programa de combate ao bullying
homofóbico e de conscientização da diversidade sexual. O projeto teve início no
começo deste ano, entre março e abril. Usa de vídeos, aulas e oficinas para
esclarecer alunos.
A literatura também é muito utilizada durante as aulas do
projeto. Segundo o professor coordenador do projeto, Francisco Wesley Carlos
Sales, a intenção do programa é, também, transformar por meio da literatura.
"Queremos tranformar por meio de livros clássicos. Perguntamos, por
exemplo, se Romeu e Julieta fossem um casal gay, os alunos ainda iriam
gostar?", diz Francisco.
Francisco afirma que as atividades ocorrem dentro do Núcleo
Trabalho, Pesquisa e demais Práticas Sociais (NTPPS), um programa de
Reorganização Curricular da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), que aborda
temas como drogas, doenças sexualmente transmissíveis, problemas familiares,
meio ambiente e outros assuntos. "Estamos nos baseando no livro Saúde da
Escola, que nos foi fornecido. Dentro deste material, tinha o assunto sobre
diversidade sexual", afirma Francisco.
Com o tema Literatura e Diversidade Sexual, a Escola Nazaré
Guerra pretende conscientizar os alunos desde os primeiros anos do colégio.
"Queremos que os alunos cheguem já sabendo que a escola está com a
preocupação de acabar com o preconceito", esclarece o professor. A
diretoria da escola dá total apoio ao projeto, segundo Francisco. "Esse
projeto veio para ajudar a gestão. A escola está sendo pioneira no assunto,
pelo que a gente sabe", diz.
Antes de implantar o projeto, a instituição realizou uma
pesquisa entre os alunos para saber o que eles achavam da diversidae sexual.
Foram ouvidos 251 alunos. Trinta por cento deles apresentavam preconceitos e
20% já haviam presenciado atos de intolerância a homossexuais. "Depois do
projeto, o preconceito diminuiu", conta Francisco.
A criação do projeto por parte da escola se deu por vários
fatores. "A gente vê ainda que existe um preconceito dentro da escola,
como brincadeiras. Agimos dentro da escola para que os alunos possam agir
fora", explica Francisco. A ideia do projeto é expandir as ações.
"Futuramente, a gente quer disseminar o projeto para o município todo,
para todas as escolas", completa o professor.
Fonte: G1
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