segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Croácia aprova em referendo emenda Constitucional que proíbe casamento homossexual

Os croatas aprovaram, em referendo, uma revisão da Constituição para impedir o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A iniciativa partiu da oposição conservadora e contou com o apoio da Igreja Católica. 
Segundo os primeiros resultados oficiais, conhecidos quando foram contados um terço dos boletins, 65 por cento dos eleitores votaram "sim" à pergunta sobre se a Constituição deveria definir o casamento como "uma união entre um homem e uma mulher". A taxa de participação ainda não foi divulgada, mas três horas antes do fechamento das urnas a Comissão Eleitoral revelava que rondava os 26%, muito abaixo dos 33,8% registados à mesma hora no referendo de 2012 à adesão da Croácia à União Europeia, escreve a AFP. 
Os resultados surgem sem surpresa num país de 4,2 milhões de habitantes onde a Igreja Católica mantém forte influência e a religião é um dos fatores da identidade nacional. O Governo de centro-esquerda mobilizou-se nos últimos dias contra a emenda constitucional e, já depois de votar, o primeiro-ministro, Zoran Milanovic, lamentou que o país tenha sido arrastado para "um referendo triste e aberrante". "Espero que seja a última vez que tenhamos de organizar um escrutínio desta forma sobre estas questões." 
Mas para Tomislav Karamarko, líder do HDZ, a maior formação da direita nacionalista, a consulta destina-se a "proteger os valores tradicionais" face a imposições externas. "Não se trata de ameaçar os direitos dos outros, mas de manter o direito a ser quem nós somos. Infelizmente, para isso temos de introduzir na Constituição uma coisa que, à partida, seria natural", afirmou. 
No pólo oposto, Eugen Pusic, activista dos direitos dos homossexuais, lamentou que a Croácia, membro da UE desde Julho, tenha "recorrido a métodos democráticos para ameaçar os valores fundamentais da democracia". "As pessoas que não têm nada a perder e já estão casadas, querem dizer aos outros como devem viver", indignou-se também o ator Vili Matula, que fez campanha pelo "não".
A Croácia percorreu um longo caminho desde que, em 2002, a primeira Parada de Orgulho Gay terminou com agressões a participantes. No ano seguinte, o país reconheceu as uniões civis entre casais homossexuais, com direitos idênticos aos heterossexuais na mesma situação.
 
Fonte: Público de Portugal

 

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