quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Estudo aponta clínicas que dizem curar gays. Militância pede apuração das denúncias

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) concluiu seu “Relatório da 4ª Inspeção Nacional de Diretos

A Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuai já enviou pedido ao Ministério Público Federal (MPF) para que apure as denúncias apontadas no levantamento do CFP – realizado em 24 Estados brasileiros e no Distrito Federal em parceria com cerca de 200 ativistas dos direitos humanos.

Eles visitaram 68 instituições de internação de dependentes químicos para reabilitação, onde encontraram pelo menos 19 casos onde a diversidade sexual não é respeitada e onde às vezes os pacientes são obrigados a se testarem para a sorologia do HIV e a se converterem à fé dos fundadores.

No relatório traz informações como: “A diversidade sexual não é respeitada”, “Indícios de situações de

O documento traz ainda absurdos como “Internos homossexuais são evitados, mas, quando aceitos, recebem um trabalho para alterar sua orientação sexual”, “Um dos conselheiros afirmou que há um menino que precisa ficar em quarto separado dos demais por causa do ‘problema de homossexualidade’”, “Segundo os usuários, eles são orientados a seguir a palavra de Deus e mudar o comportamento. A unidade acredita que a homossexualidade é um problema espiritual”, “Foi relatado pelo responsável que a instituição, além de dependentes químicos, recebe homossexuais que, por motivos pessoais, desejem se internar para tentar deixar esta orientação sexual”, entre outras atrocidades, financiadas com o dinheiro público.
Humanos: locais de internação para usuários de drogas”, de sua Comissão Nacional de Direitos Humanos, e constatou: existem no Brasil clínicas, ligadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), que realizam a chamada “cura gay”. A maioria das clínicas denunciadas é de organizações evangélicas.

O relatório aponta “claros indícios de violação de direitos humanos em todos os relatos. De forma acintosa ou sutil, esta prática social tem como pilar a banalização dos direitos dos internos. Exemplificando a afirmativa, registramos: interceptação e violação de correspondências, violência física, castigos, torturas, exposição a situações de humilhação, imposição de credo, exigência de exames clínicos, como o teste de HIV − exigência esta inconstitucional −, intimidações, desrespeito à orientação sexual, revista vexatória de familiares, violação de privacidade, entre outras”.

A ABGLT pediu ainda ao MPF que tome providências contra a discriminação e preconceito aos pacientes homossexuais. “Por se assentar sobre princípios morais e religiosos, essas práticas, de forma aberta ou velada, também produzem, em seu cotidiano, outras situações de constrangimento. Por exemplo: o constrangimento a que são submetidos os homossexuais, travestis, lésbicas, entre outros, considerados, todos, como portadores de uma sexualidade desviante. Registramos a afirmativa de uma profissional que se propõe a “curar homossexuais”, contrariando orientação expressa em seu código de conduta profissional e adotando, desse modo, posição clara de desrespeito ao direito de orientação sexual. E não podemos deixar de destacar a imposição da abstinência sexual, registrada na maioria desses lugares. Isto é, o sexo, qualquer que seja a orientação, também é percebido como vício, e o direito à sexualidade é interditado.”

constrangimento e vexatórias: homossexual saiu da instituição por pressão do pastor responsável”, “A doutrina religiosa ensina que a homossexualidade é errada”, “A instituição não permite nem a manifestação e nem a prática da homossexualidade e realiza todo um trabalho religioso para converter o interno... Desrespeito à livre orientação sexual e à identidade de gênero”, “Há contradição entre o discurso da instituição e a abordagem e o tratamento da orientação sexual, pois, apesar de afirmarem receber homossexuais, ficou a clara impressão de que a homossexualidade é vista como doença a ser tratada e curada”, “A homossexualidade é tratada como uma disfunção sexual, como doença, e o homossexual é percebido como compulsivo” e “Não aceita o ingresso de homossexuais”.

Fonte: Mix Brasil

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